A colisão da realidade e da fé
Como um filme de terror religioso adaptado de eventos reais, “O Ritual” opta por retornar ao tema clássico do exorcismo em uma época em que os filmes do gênero estão em constante renovação, mas lhe dá uma nova vitalidade por meio de um drama sólido e interpretações profundas dos atores.
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Dirigido por David Meade e estrelado por Al Pacino e Dan Stevens, o filme conta a história de dois padres de diferentes religiões que trabalham juntos para realizar um exorcismo em uma jovem que se acredita estar possuída por um demônio.
Esse cenário não só fornece tensão dramática para a trama, mas também usa a religião como uma introdução para se aprofundar nas questões da natureza humana, redenção e fé, tornando “O Ritual” muito além do escopo de um thriller.
O filme não tem pressa em criar uma atmosfera de terror barato, mas parte dos detalhes para apresentar o jogo psicológico e a luta interna entre os personagens.
Em uma história de exorcismo rotulada como “real”, o público não está mais apenas esperando a próxima cena de terror, mas é levado a um abismo sobre os limites confusos entre fé, razão e loucura.
Al Pacino e Dan Stevens se enfrentam em drama
A parte mais esperada de “O Ritual” é, sem dúvida, o duelo entre Al Pacino e Dan Stevens. O padre Risinger, interpretado por Pacino, é velho e teimoso. Ele parece estar acostumado a lutar contra o diabo com ascetismo e silêncio, mas no fundo do seu coração ele questiona constantemente o valor de suas crenças passadas.
O padre Steiger, interpretado por Stevens, é uma alma sobrecarregada pelo passado e que tenta consertar as rachaduras em si mesmo. O conflito deles não se reflete apenas na maneira como agem, mas também na atitude fundamental que têm em relação à existência real do diabo.
O diálogo entre os dois personagens quase sustenta os dois primeiros atos de todo o filme – do debate acadêmico no seminário à dialética do “livre arbítrio humano” durante o processo de exorcismo, cada confronto continua a aumentar a tensão emocional. Por isso, “O Ritual” não contém apenas o medo trazido pelos fenômenos sobrenaturais, mas também uma discussão filosófica sobre “por que os crentes acreditam”.
O que exatamente é o “demônio” em “O Ritual”?
A pessoa possuída no filme, Emma Schmidt (interpretada por Abigail Corwin), se torna o mistério central de todo o “Ritual”. Ela está realmente possuída por um demônio? Ou é apenas uma manifestação de doença física ou mental?

O diretor não tem pressa em dar uma resposta, mas habilmente coloca o público em uma perspectiva de terceira pessoa, permitindo que o conflito entre fé e ciência surja na mente. Cada cena de possessão por espíritos malignos é cheia de indícios psicológicos, em vez de violência sangrenta e direta. Esse “medo oculto” é mais duradouro e profundamente enraizado no coração das pessoas.
Vale ressaltar que “O Ritual” não considera o diabo apenas um “outro” externo, ele é mais como uma projeção invisível – pode ser uma manifestação de trauma passado, a personificação da culpa ou o nada que surge após o colapso da fé.
Como Pacino sussurra no filme: “O verdadeiro diabo somos nós mesmos, que não conseguimos enfrentar”.
A intersecção do corpo feminino e do ritual religioso
Semelhante a muitos filmes clássicos de exorcismo, como O Exorcista, O Ritual também apresenta uma jovem mulher possuída por um demônio. No entanto, diferentemente do “chocante” filme anterior, este enfatiza a complexidade de Emma como uma “pessoa” e não como uma mera vítima.
Abigail Corwin usa uma performance em camadas para dar à personagem uma evolução completa do colapso e medo para a raiva e luta, tornando impossível para o público determinar se ela está sendo controlada ou manipulando o ritual.
O filme também apresenta vividamente a opressão e a luta das mulheres no sistema religioso por meio de personagens freiras (como a Irmã Rose, interpretada por Ashley Greene, e a abadessa, interpretada por Patricia Heaton). Eles são observadores silenciosos e rebeldes silenciosos contra a tradição.
Neste mundo de fé dominado por “homens”, os corpos das mulheres se tornam um campo de batalha de luta, e suas vozes são o eco social mais importante de “O Ritual”, além do horror.
A evolução da linguagem visual do terror religioso
Como um filme de terror religioso baseado em “eventos reais”, “O Ritual” escolhe um estilo extremamente contido na apresentação visual. O diretor de fotografia usa muitas tomadas com a câmera na mão e tons pouco saturados para criar uma textura quase documental, permitindo que o público esteja sempre no papel de “testemunha” em vez de “assustado”.
As cenas de possessão demoníaca focam mais na apresentação de detalhes — mudanças sutis nos olhos, corpos trêmulos, luzes piscando, criando uma atmosfera tensa de “o terror está chegando, mas nunca chega”.
Além disso, o excelente desempenho do filme em design de som não pode ser ignorado. O zumbido de baixa frequência, o sussurro sacrificial e o silêncio repentino criam juntos um espaço auditivo perturbador.
Pode-se dizer que “O Ritual” completou uma nova interpretação do gênero de terror religioso por meio da colaboração de imagens e sons.
O ritual de exorcismo do Ritual também é uma auto-redenção
O filme chega ao clímax com um exorcismo na cena final. Diante da batalhadora Emma, os dois padres também completaram suas respectivas transformações: Risinger recuperou o poder da fé, enquanto Steiger abandonou sua obsessão pelo passado.
Quando o diabo parece ter sido finalmente expulso, “O Ritual” deixa uma questão em aberto: foi Emma que eles salvaram ou eles mesmos?

A cena final se detém nos rostos silenciosos dos dois padres em frente ao ícone quebrado. Naquele momento, o público percebeu que o chamado “ritual” não é apenas uma coleção de ações externas, é a reconstrução da ordem interna e a reformulação da cognição do bem e do mal.
“O Ritual” não apenas nos faz repensar os limites da fé, mas também nos convida a enfrentar o trauma e o medo escondidos no fundo dos nossos corações.